Cunha classifica corte orçamentário como “deslocamento de recursos” e critica programas do Governo 4c5415

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, mostrou descrença sobre o anúncio de corte de 26 bilhões de reais anunciado na última segunda-feira (14). Em entrevista exclusiva ao Jornal da Manhã da Jovem Pan, Cunha destacou a demora do Governo para agir e reforçou que não vê a decisão como a melhor forma de proceder.
“Na prática, não é corte, é deslocamento de recursos programados por terceiros para que o governo os utilize”, ressaltou o peemedebista, ao explicar que a parcela de “corte de verdade” é de apenas 2 bilhões de despesas discricionárias do Governo.
Uma das principais vertentes do pacote de anúncios foi o retorno da MF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Para Cunha, é um “imposto ruim” e dificilmente ará pelo Congresso.
“A MF atrapalha a cadeia produtiva, onera a produção e aumenta a inflação. Conseguir 308 votos na câmara para aprovar a MF é um desafio muito difícil para um governo que não tem vencido votações de maioria simples”, afirmou.
Outra questão que recebeu críticas de Eduardo Cunha foi o aumento de carga tributária para manter os programas como “Minha Casa, Minha Vida”. “Se o governo não consegue cumprir os seus programas, porque não tem arrecadação para isso, ele tem que rever ou diminuir os seus programas”, analisou.
O político foi além: “o governo deveria deixar a população optar se quer financiar (os programas) por aumento da carga tributária ou diminuir os programas. (Ao invés de) inventar imposto seria melhor cortar gastos provisoriamente”.
O presidente da Câmara chamou a atenção para o fato de que o ajuste é necessário, já que o Governo tem que equilibrar despesas e recuperar credibilidade. No entanto, segundo ele, “tem que fazer corte de verdade”.
Impeachment
Cunha fez questão de reforçar que a insatisfação com os cortes anunciados não devem ser confundidos com os pedidos de saída da presidente Dilma Rousseff. De acordo com ele, “pedidos serão tratados de forma técnica e jurídica, não podemos misturar incapacidade de dar conta da governabilidade com condições constitucionais que possam gerar o impedimento”.
Situação do PMDB
Cunha reforçou que haverá congresso do PMDB em 15 de novembro e, segundo ele, “a chance real [do partido] sair da base do Governo é grande”. Mesmo com a data ainda distante, o presidente da Câmara afirmou: “acho pouco provável que a situação melhore”.
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