Lewandowski afirma que aposentados foram ‘vítimas fáceis’ de criminosos em esquema de fraude no INSS y494p
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Investigações apontam que operação funcionava por meio de descontos indevidos aplicados em aposentadorias e pensões; seis servidores foram afastados, entre eles o presidente do instituto

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (23) que aposentados e pensionistas foram “vítimas fáceis” de um esquema fraudulento que desviou recursos de benefícios pagos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A declaração foi feita durante entrevista coletiva sobre a Operação Sem Desconto, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). As investigações apontam que o esquema funcionava por meio de descontos indevidos aplicados, sem autorização, em aposentadorias e pensões.
Os desvios teriam ocorrido entre 2019 e 2024 e podem chegar a R$ 6,3 bilhões. O ministro destacou que os idosos, por estarem em uma fase mais vulnerável da vida, foram alvos preferenciais dos criminosos: “Foi uma fraude contra pessoas naturalmente debilitadas, vítimas fáceis de quem se apropriou das pensões e aposentadorias”, afirmou. Segundo a CGU, entidades associativas sem estrutura adequada falsificavam s para associar aposentados sem consentimento. Em seguida, realizavam descontos mensais diretamente na folha de pagamento do INSS. Essas entidades ofereciam, como contrapartida, serviços como assessoria jurídica e supostos convênios com academias ou planos de saúde — que, em muitos casos, sequer eram prestados.
Auditoria da CGU constatou que a maioria dos beneficiários entrevistados não reconhecia ter autorizado os descontos. Dos 1.300 aposentados ouvidos, a maioria desconhecia a existência das associações. O ministro da CGU, Vinícius Marques de Carvalho, afirmou: “É importante que as pessoas saibam exatamente o motivo dos descontos e que tenham manifestado claramente essa vontade, o que não ocorreu”. Ainda de acordo com a CGU, 11 entidades são suspeitas de irregularidades. Todas tiveram os Acordos de Cooperação Técnica com o INSS suspensos. Seis servidores públicos, entre eles o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, foram afastados.
A Operação Sem Desconto cumpriu 211 mandados de busca e apreensão e ordens de sequestro de bens que ultraam R$ 1 bilhão. As ações ocorreram no Distrito Federal e em 13 Estados, com a participação de cerca de 700 agentes da PF e 80 servidores da CGU. Foram apreendidos veículos de luxo, joias, dinheiro em espécie e obras de arte. Também foram expedidos seis mandados de prisão temporária. A investigação começou em 2023, quando a CGU detectou um aumento significativo nos valores descontados e no número de entidades vinculadas aos beneficiários do INSS. A partir das suspeitas de fraude, a PF foi acionada para aprofundar as apurações.
Como os beneficiários devem agir 6t2n3i
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, afirmou que os aposentados e pensionistas que identificarem descontos indevidos podem solicitar o cancelamento por meio do aplicativo ou site Meu INSS. Ele também garantiu que os valores cobrados de forma indevida deverão ser restituídos: “Nosso papel é defender o aposentado e o pensionista”, disse. Segundo Lewandowski, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi informado ainda na manhã desta quarta-feira (23) sobre a operação e demonstrou “preocupação” e “interesse” no andamento das investigações. O governo federal promete aprofundar o combate às fraudes e reforçar os mecanismos de proteção aos beneficiários da Previdência.
Publicado por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
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