STF rejeita recursos e mantém condenação de Carla Zambelli e hacker por invasão ao sistema do CNJ 6o2c6d
302j55
Decisão foi tomada por unanimidade pela Primeira Turma do Supremo, composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino; deputada saiu do país e é considerada foragida

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, os recursos apresentados pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e pelo hacker Walter Delgatti Neto, mantendo a condenação de ambos pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em 2023. A decisão, tomada em plenário virtual pelos ministros Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino, confirma as penas de dez anos de prisão em regime fechado e perda do mandato para Zambelli, e de oito anos e três meses para Delgatti.
Ambos também foram condenados ao pagamento de uma indenização solidária de R$ 2 milhões por danos coletivos, além de multas individuais. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli comandou e planejou a ação criminosa, com o objetivo de descredibilizar o Judiciário. Walter Delgatti, que confessou o crime, invadiu os sistemas do CNJ e produziu documentos falsos, como um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes e um falso bloqueio de bens no valor de R$ 22,9 milhões.
As investigações da Polícia Federal apontaram que arquivos falsificados encontrados no sistema coincidiam com documentos apreendidos com Zambelli. Delgatti afirmou ter recebido cerca de R$ 40 mil pela ação, parte deles por meio de um ex-assessor da deputada, embora a PF tenha identificado gastos com bebidas alcoólicas nesses pagamentos. A defesa de Zambelli alegou cerceamento do direito à ampla defesa e pediu a redução da pena ou a anulação da sentença, mas os argumentos foram rejeitados. O relator, ministro Alexandre de Moraes, afirmou que os recursos tinham caráter meramente protelatório e defendeu o início imediato do cumprimento da pena.
Zambelli deixou o Brasil dias após a condenação. Segundo a Polícia Federal, ela atravessou a fronteira com a Argentina de carro e, de lá, seguiu para os Estados Unidos. Atualmente, está na Itália. Com a fuga, Moraes decretou sua prisão preventiva, determinou o bloqueio de seus bens e solicitou sua inclusão na lista de difusão vermelha da Interpol, o que já foi efetivado. A deputada é considerada foragida da Justiça brasileira.
Além desse caso, Zambelli responde a outro processo no STF por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal. Ela foi flagrada perseguindo um homem com uma pistola na véspera do segundo turno das eleições de 2022. Há maioria na Corte para condená-la e cassar seu mandato, mas o julgamento foi suspenso por pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.
Publicada por Felipe Dantas
*Reportagem produzida com auxílio de IA
Comentários
Conteúdo para s. Assine JP .