Protesto por democracia termina com mais de 500 detidos em Hong Kong 1xp33
Hong Kong, 2 jul (EFE).- Mais de 500 manifestantes foram detidos nesta quarta-feira em Hong Kong depois que os mesmos se negaram a deixar o centro financeiro da cidade depois que milhares de pessoas marcharam pelas ruas do território para pedir democracia.
Um total de 511 manifestantes – 351 homens e 160 mulheres – foram detidos durante a madrugada, acusados de “reunião ilegal e obstrução”, segundo fontes policiais.
Milhares de pessoas marcharam em favor da democracia na terça-feira pelas ruas de Hong Kong e, depois da manifestação, muitos se recusaram a deixar o centro financeiro da cidade, onde permaneceram sentados e deitados nas ruas, o que levou à ação policial.
Cerca de 510 mil pessoas participaram da eata, segundo os organizadores, mas fontes oficiais reduziram esse número para 98,6 mil manifestantes.
A tradicional manifestação de 1º de julho, que lembra o aniversário da devolução de Hong Kong à China, atraiu milhares de pessoas que percorreram as principais ruas da cidade reivindicando o voto universal para Hong Kong e menos intervenção política do governo de Pequim nos assuntos da ex-colônia britânica.
O líder do Executivo de Hong Kong, C.Y. Leung, disse ontem que o governo estava tentando conseguir um consenso sobre a reforma política.
Hong Kong debate seu desenvolvimento democrático em duas frentes, uma através dos ativistas, que contam com apoio popular, e a outra oficial, com o governo de Pequim à frente.
Os ativistas pró-democracia são representados pelo grupo “Occupy Central with Love and Peace” (OL, Ocupar o Distrito Central com Amor e Paz), organizador de um plebiscito extraoficial, do qual participaram 800 mil cidadãos (10% da população), para pedir o sufrágio universal.
A China, por sua vez, tinha prometido a introdução do voto universal na antiga colônia britânica para as eleições de 2017, mas quer um comitê para aprovar os candidatos.
Tanto o governo de Hong Kong, como o da China, disseram que o plebiscito não era legítimo.
Os protestos contra o controle do governo comunista se intensificaram depois que Pequim tornou público no dia 10 de junho o chamado “Livro Branco de Hong Kong”, um documento afirmando que a autonomia da ex-colônia britânica deveria ser supervisionada por Pequim.
Muitos ativistas viram no documento, o primeiro deste tipo em 17 anos de soberania chinesa, uma ameaça de intervenção política nos assuntos do território e uma violação do princípio “um país dois sistemas” que, desde a devolução de Hong Kong para a China, determina a autonomia plena da ex-colônia britânica em todas as competências, exceto nos assuntos de defesa e política externa.
Hong Kong foi devolvida à China em 1997, após um acordo assinado entre China e Grã-Bretanha em 1984. EFE
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