Do Mato Grosso aos EUA: brasileira fala sobre trajetória, desafios e dicas práticas que impulsionam negócios após virar self-made 494h4f
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“Eu amo empreender, a minha maior felicidade é a oportunidade de aprender, ensinar e crescer”, diz Luciane Vaz Guimarães, em entrevista exclusiva

Quem nunca ouviu falar do “sonho americano”? Mais enriquecedor do que escutar histórias sobre esse objetivo é poder conversar com quem ou por isso e tem bagagem para compartilhar com o intuito de expandir conhecimento. Depois de ser faxineira e babá nos Estados Unidos, Luciane Vaz Guimarães se tornou uma empresária de sucesso, ou seja, uma self-made. A fundadora e CEO da empresa de concierge Lv Sparkle e investimentos imobiliários Sunrise Investment ainda é sócia investidora da empresa de alimentos veganos Solo Snacks, em São Paulo. Nascida no interior do Mato Grosso, a menina filha de pais separados que cresceu sob os cuidados dos avós teve que ressignificar traumas e ir à luta, afinal, quando se mudou para os Estados Unidos, não dominava o idioma e se lembra de muitas situações embaraçosas. “Hoje eu dou risada, mas na época morria de vergonha. Lembro que escondia o braço pra ninguém ver meu relógio e perguntar as horas. Na época não existia smartphone. Sempre pedia o mesmo lanche no McDonald ‘s para não errar a ordem, tinha uma cartilha mental que seguia evitando o máximo minha exposição”, recorda.
Perseverante, já nos primeiros meses entrou em uma escola de inglês e, em seguida, ingressou na faculdade de istração de empresas. O valor do curso era alto, uma vez que ela era considerada estudante internacional e foi então que a jovem teve que dividir o tempo entre os estudos e dois empregos. “Trabalhei oito horas no período noturno em uma fábrica de tecidos, fazia faculdade pela manhã e ainda trabalhava no final da tarde em uma pizzaria cuidando do delivery. No começo a gente faz o que dá. Entre vários trabalhos já fui garçonete, bartender, babá, faxineira, até tentei o ramo da costura, mas fui demitida no segundo dia”, conta rindo do fiasco que foi a experiência. Astuta, logo percebeu que sua paixão era empreender e foi assim que abriu seu primeiro negócio, aos 25 anos, expandindo para mais duas empresas atuando no mercado nacional e internacional. Hoje, como cidadã americana, Luciane exerce o controle dos seus negócios e esteve recentemente no Brasil para participar de palestras, master mind e treinamentos. Aproveitou a viagem para dar uma escapadinha até Porto de Galinhas, em Pernambuco. “Que lugar maravilhoso, pessoas hospitaleiras, culinária deliciosa. Amo morar nos Estados Unidos, é o país que me abraçou e me deu as oportunidades de ser a pessoa que sou, porém sinto muita falta do calor humano do povo brasileiro. Gostaria de ar mais tempo com minha avó em Mato Grosso”, comenta.
A menina que foi morar fora aos 20 anos de idade, com a intenção de ficar apenas dois meses em um curso, mudou completamente sua vida, a partir de uma decisão difícil. “Logo percebi que as coisas não seriam tão fáceis e prolonguei minha estadia para 6 meses e aqui estou há quase 24 anos. Durante o processo de adaptação tive muitos desafios, porém a solidão e adaptação à nova cultura foram os mais difíceis de superar. Me lembro de muitas vezes sentar no banco do parque e escrever chorando cartas para familiares que nunca foram enviadas”, se emociona. De acordo com a empresária, em tudo na vida é preciso determinação, disciplina e estudo. “Acredito que a pessoa que quer ser bem sucedida na vida deva mudar de posições no trabalho. Não devemos ter medo de às vezes dar um o atrás para alcançar algo melhor na frente. Quando morava no Brasil, eu jamais imaginei que um dia seria faxineira nos Estados Unidos. E quando era faxineira nunca imaginava que hoje seria uma empreendedora em diferentes ramos no Brasil e no exterior”.
Da necessidade ao sucesso no empreendedorismo, ela defende que estar motivado mesmo que por algo que não depende de nós é essencial. “O empreendedorismo não veio por opção. Na verdade, eu comecei a empreender porque ei por uma necessidade e vi ali uma oportunidade de crescer. Eu trabalhava em um restaurante e não ganhava muito e encontrei uma parceira que me ofereceu uma opção de sociedade. Depois vieram outras oportunidades e hoje tenho propostas quase diárias de parcerias e investimentos. Uma coisa vai chamando a outra”, ensina. Atendendo ao pedido desta nobre colunista, a executiva listou dicas práticas para que os atentos leitores do portal consigam colher resultado ao fim da cada trajetória. “Eu diria que o primeiro o consiste em identificar uma necessidade. Antes de iniciar um negócio, certifique-se de que há um mercado para seu produto ou serviço. Pense em como seu business ou produto pode facilitar a vida das pessoas a sua volta. Depois, é preciso ter visão clara e definida: as pessoas se perdem muito no meio do empreendedorismo. Muitas vezes querem fazer tudo e não especializam em fazer uma coisa só bem feito”, pontua. Ela ainda insiste que é preciso aprender com os erros para evoluir e ensina mais dicas. “Muitas vezes temos tanto medo de errar que nem tentamos. Errar é humano e aprender com o erro é divino. Um acerto com certeza é cuidar bem de sua rede de contatos. Relacionamentos são chaves no mundo dos negócios. Participe de eventos, faça networking e construa parcerias estratégicas. Aquele velho ditado: Me digas com quem andas que te direi para onde vás”. Pois é, a menina que cresceu criada pelos avós aprendeu com eles a ser generosa e sempre proclamar a abundância e isso, é receita para o sucesso, tanto pessoal quanto profissional. Acredite!
*Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião da Jovem Pan.
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